Por Lesley Wroughton
JERUSALÉM, 28 Jun (Reuters) – O secretário norte-americano de Estado, John Kerry, acelerou na sexta-feira sua itinerância diplomática na esperança de convencer Israel e os palestinos a retomarem negociações de paz diretas.
Após se reunir na Jordânia com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, Kerry pegou um helicóptero para Jerusalém, onde seria recebido pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Em um sinal de que ele pode estar fazendo progressos na sua missão para reunir os envolvidos, um funcionário do Departamento de Estado anunciou na noite de sexta-feira (hora do Oriente Médio) que Kerry voltará no sábado a Amã para mais uma conversa com Abbas, e então regressará a Israel para novas reuniões.
Esse frenético vaivém lembra a diplomacia itinerante praticada no Oriente Médio pelo secretário de Estado Henry Kissinger na década de 1970.
A fonte do Departamento de Estado disse que uma reunião de três horas com Netanyahu na sexta-feira, a segunda em dois dias, envolveu uma “conversação detalhada e substancial sobre como avançar”.
O presidente israelense, Shimon Peres, elogiou Kerry por sua determinação.
“Sei que é difícil, que há muitos problemas, mas no que me diz respeito posso ver como há uma clara maioria das pessoas a favor do processo de paz, de uma solução com dois Estados, e uma grande expectativa de que o senhor faça isso e de que o senhor possa fazer isso”, afirmou o veterano estadista a Kerry.
As negociações diretas entre israelenses e palestinos estão rompidas desde 2010, por causa da insistência israelense em ampliar seus assentamentos em territórios ocupados. Abbas diz que só aceitará retomar o processo de paz se as ampliações pararem, e Israel afirma que não aceitará pré-condições para o diálogo –embora tenha discretamente desacelerado o começo de novas construções.
Autoridades palestinas e dos EUA não comentaram imediatamente sobre os resultados da reunião entre Abbas e Kerry. O norte-americano divulgou até agora poucos detalhes sobre o seu plano para relançar o processo de paz, mas havia dito anteriormente que não voltaria à região se não houvesse perspectiva real de progresso.
Ele também parece interessado em promover a retomada formal do processo antes da próxima reunião da Assembleia Geral da ONU, em setembro. Esse fórum com todos os países da ONU já reconheceu extraoficialmente o Estado palestino, e Netanyahu teme que os palestinos, na ausência de negociações diretas, use a próxima sessão da ONU como trampolim para novas manobras associadas ao reconhecimento do seu Estado sem o aval israelense.
(Reportagem adicional de Ali Sawafta)
Kerry intensifica mediação itinerante entre Abbas e Netanyahu
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