Monday, September 30, 2013

Contas públicas se deterioram e Brasil tem déficit primário inédito em agosto

Contas públicas se deterioram e Brasil tem déficit primário inédito em agosto



BRASÍLIA, 30 Set (Reuters) – O setor público brasileiro registrou déficit primário de 432 milhões de reais no mês passado, primeiro resultado negativo para agosto desde o início da série histórica do Banco Central em dezembro de 2001, mostrando que o governo tem tido dificuldades em manter as contas fiscais equilibradas.


O resultado veio bem pior que o esperado por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana apontava para superávit primário de 1,85 bilhão de reais no mês passado, depois do superávit de 2,287 bilhões de reais em julho.


O governo credita o desempenho ruim de agosto aos maiores gastos da Previdência Social, que registrou déficit de 5,7 bilhões de reais no mês.


“O reajuste do salário mínimo pesou nesse resultado”, comentou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, em referência ao impacto do salário mínimo sobre os benefícios pagos pela Previdência Social, que em agosto foram ampliados com o início do pagamento do 13º salário a aposentados e pensionistas.


O superávit primário, que é a economia feita para pagamento de juros, nos 12 meses até agosto recuou para 1,82 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), longe da meta ajustada do governo para este ano de superávit primário 2,3 por cento do PIB, mostraram dados divulgados nesta segunda-feira pelo BC. Foi o pior resultado para 12 meses desde novembro de 2009, quando havia sido 1,38 por cento do PIB.


No acumulado do ano até agosto, o superávit primário soma 54 bilhões de reais– queda de 27 por cento em relação ao resultado alcançado no mesmo período do ano passado. Desse total, 37,441 bilhões de reais foram feitos pelo governo central e 16,774 bilhões de reais economizados por Estados e municípios.


As despesas com os juros da dívida somaram 21,871 bilhões de reais no mês passado, também recorde histórico para meses de agosto, levando o déficit nominal para 22,303 bilhões de reais –também o pior resultado para agosto da história. Neste resultado, o BC contabilizou perda de 2,4 bilhões de reais com as intervenções no mercado de câmbio, com operações de swap cambial.


A meta cheia de superávit primário para este ano era de 155,9 bilhões de reais, ou cerca de 3,1 por cento do PIB, mas o governo reduziu a meta para 2,3 por cento do PIB, por conta das dificuldades em alcançar o resultado cheio, em meio a gastos públicos crescentes e perda de arrecadação pela desonerações fiscais e baixo crescimento econômico.


O resultado fiscal ruim de agosto combinado com um cenário de risco elevado de descumprimento da meta fiscal levou o BC a apresentar novas projeções fiscais considerando dois cenários distintos para o resultado primário.


No primeiro cenário, considerando um superávit primário de 2,3 por cento do PIB, a autoridade monetária prevê que a dívida líquida do setor público fechará o ano a 33,9 por cento do PIB, ante 34,6 por cento previsto em junho. Em agosto, a dívida estava em 33,8 por cento do PIB.


No cenário em que o resultado primário seja equivalente a 1,82 por cento do PIB, a relação dívida líquida frente ao PIB ficaria em 34,3 por cento no fim do ano.


(Por Luciana Otoni e Alonso Soto)




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