Por Susan Heavey
WASHINGTON, 19 Jun (Reuters) – Um relatório anual do Departamento de Estado norte-americano, divulgado na quarta-feira, citou a Rússia e a China entre os países com pior atuação no combate ao tráfico humano, o que pode levar a sanções norte-americanas.
O texto põe Rússia e China, dois países com frequentes atritos com Washington, na mesma categoria que a Coreia do Norte e o Irã. O Uzbequistão também foi rebaixado à categoria 3 no novo relatório.
De acordo com o Departamento de Estado, o governo chinês tomou medidas contra o problema, mas continuou a aceitá-lo em centenas das suas próprias instituições.
“Apesar desses modestos sinais de interesse nas reformas antitráfico, o governo chinês não demonstrou esforços significativos para proibir e punir abrangentemente todas as forças de tráfico e de processar os traficantes”, afirma o texto.
O documento diz ainda que a política chinesa do filho único e a preferência por filhos homens levaram a uma redução na presença de mulheres na população, aumentando assim a demanda por mulheres como noivas ou prostitutas.
Na Rússia, o governo “não havia estabelecido nenhum sistema concreto para a identificação ou cuidado de vítimas do tráfico”, embora haja “esforços pontuais”, segundo o relatório.
O relatório pode azedar ainda mais as relações dos EUA com os dois gigantes, relações essas que já estão abaladas por questões como a guerra civil na Síria e a segurança na Internet.
Embora não esteja imediatamente claro o que o governo Obama poderia fazer diante do rebaixamento de categoria, ativistas dos direitos humanos e alguns parlamentares cobraram medidas duras, como a imposição de sanções e a suspensão de ajuda ao desenvolvimento. Eles também cobraram medidas dos governos de Pequim e Moscou.
“A China se tornou a capital mundial do tráfico sexual e de trabalhadores”, disse o deputado republicano Chris Smith. “Sem uma ação séria e sustentada por parte de Pequim, só vai piorar.”
Pela lei dos EUA, países na categoria 3 do tráfico humano podem sofrer sanções que não afetem o comércio nem a assistência humanitária o que inclui verbas educacionais e programas culturais.
(Reportagem de Susan Heavey)
Relatório dos EUA cita Rússia e China entre os piores do tráfico humano
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