Mais de dois anos após tragédia, suspeita de atropelar Vitor Gurman deve ser denunciada na próxima semana

Mais de dois anos após tragédia, suspeita de atropelar Vitor Gurman deve ser denunciada na próxima semana

Gabriella Guerrero Pereira dirigia o Land Rover que matou o administrador, aos 24 anos

A nutricionista Gabriella Guerrero Pereira deve ser denunciada na próxima semana pelo Ministério Público pela morte do administrador Vitor Gurman, de 24 anos, atropelado por um jeep Land Rover conduzido por ela em 2011 , na zona oeste de São Paulo. De indiciada pelo crime, Gabriella será ré no caso depois de 27 meses, o que corresponde há mais de dois anos desde o atropelamento.

A promotora Mildred Assis Gonzales, do Ministério Público de São Paulo, será a responsável pela acusação. Por estar de licença médica, ela só poderá falar sobre o caso quanto retornar ao seu posto, na próxima segunda-feira (7). Ao R7, ela não pôde adiantar mais detalhes sobre o teor da denúncia, mas a reportagem apurou que a acusação tende a ser por homicídio doloso (quando o acusado assume o risco de matar), com possíveis agravantes. A pena pode variar entre oito e 30 anos de prisão.

O caso se arrasta há tanto tempo em razão da demora na conclusão de um laudo complementar, solicitado pelo Ministério Público ao IC (Instituto de Criminalística), referente à velocidade do carro no momento do atropelamento, ocorrido por volta das 3h54 do dia 23 de julho de 2011, em uma rua do bairro de Pinheiros.

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A existência de um laudo, produzido pelo perito Ricardo Molina e então juntado ao processo, gerou o pedido por parte do MP e aceito pela juíza Eliana Cassales Tosi de Mello, em 12 de julho de 2012, para que o IC produzisse um novo documento sobre a velocidade. O laudo de Molina foi retirado, mas a análise técnica demorou mais de um ano para ter início. O laudo, conduzido pelo perito Fábio Henrique Jagosich, aponta que o “relator foi somente designado para elaboração do respectivo laudo pericial complementar na data de 16 de julho de 2013”.

De acordo com o advogado Alexandre Venturini, que representa a família de Vitor Gurman no caso, o processo não chegou a uma denúncia até o momento, após mais de dois anos do atropelamento, por uma “sucessão de equívocos da delegacia”, no caso o 14º Distrito Policial, responsável pelas investigações.

— Do IC não foi (a culpa) porque isso ficou bem demonstrado no inquérito. A requisição foi feita adequadamente pelo Ministério Público, mas ela retransmitida de maneira equivocada pela delegacia. A polícia encaminhou alguns ofícios que na verdade pediam o laudo anterior. Ela não se atentou que se tratava de um novo pedido, então foram equívocos da delegacia. Isso dá para afirmar.

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Atual titular do distrito, o delegado Gilmar Contrera disse apenas que “não sabia exatamente” o motivo da demora para a entrega do laudo e eximiu a polícia de culpa no caso. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a diretoria do Instituto de Criminalística informou que “o pedido do laudo do caso Vitor Gurman chegou ao Instituto de Criminalística no dia 4 de julho, vindo do Tribunal de Justiça. No dia 24 de julho, o IC solicitou extensão de prazo por mais 60 dias ao Judiciário. O laudo foi expedido no dia 13 de setembro”.

O R7 tentou, durante dois dias, ouvir o advogado José Luis de Oliveira Lima, que representa Gabriella no caso, mas ele não foi encontrado. Anteriormente, o defensor havia refutado qualquer alegação que pudesse indicar intenção da sua cliente em matar o administrador naquela madrugada.

— A tragédia atingiu duas famílias. Ela (Gabriella) não se recompôs do acidente. Ela voltou a trabalhar, mas ainda se recupera. Ela jamais teve intenção de matar alguém, pelo contrário, não permitiu que o namorado que estava embriagado dirigisse o carro.

Relembre o caso:

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R7 – São Paulo

Thiago de Araújo, do R7

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